sexta-feira, 15 de junho de 2018

Estava bem mas é calada

Até agora a maior parte dos meus colegas de trabalho tiveram gastroenterite pelo menos uma vez.

Esta semana eu disse:
"Eu tenho tido uma sorte, ainda não estive doente. Mas também tenho cuidado com aquilo que como."

Pois, eu estava bem mas é calada. Desde segunda feira a noite que ando cá com um vírus que teima em ir embora (hoje é sexta feira). Ando a bebidas desportivas para re-hidratar, e a bolachas de água e sal e integrais.
Como um virusinho pode ser tão debilitante.

Uma reunião interessante

Esta semana fui à Ordem de Enfermagem do Sri Lanka à escola de formação pós graduada de enfermagem. Tinha uma reunião com a enfermeira directora da escola. Enquanto esperava, passaram pelo corredor algumas enfermeiras vestidas de uniforme azul e branco, perfeitamente vincado, com o seu chapéu.

Quando fui convidada a entrar, a directora estava sentada a secretária, vestida num saree, e as enfermeiras professoras estavam todas sentadas nos sofás, vestidas com uniforme de enfermeiras. Este era um vestido azul escuro até ao joelho, um chapéu grande branco, meia branca até ao joelho.

Entretanto trocamos lugares, e eu sentei-me.

A directora estava sentada numa secretária com alguns ficheiros e papéis e uma daquelas campainhas de metal que se carrega e ela faz dlim-dlão.
Lá começamos a conversar e entretanto ela carrega na campainha. Uma enfermeira vem a porta, uma troca de palavras e ela sai. Quando volta trás dois iogurtes e uma colher num prato individual (um para mim e outro para a minha colega). Fomos as duas encorajadas a comê-los.

Entretanto ela abana a mão a apontar para o comando do a/c que se encontrava numa mesinha ao lado dos sofás onde estávamos sentadas. Estava a pedir que lhe desse-mos o comando, não precisou de tocar a campainha.

Entretanto a conversa continua, eu pedi-lhe o contacto de uma das professoras para falar com ela em relação a um curso. A campainha toca outra vez, uma enfermeira vestida a rigor aparece, outra troca de palavras e ela sai. De seguida entra a professora de enfermagem, vestida a rigor também, nao se senta até ter permissão.

terça-feira, 12 de junho de 2018

Maldivas



Sempre que vi fotos das Maldivas imaginava como um paraíso longínquo para o qual nunca teria dinheiro.
A verdade é que continuo sem ter dinheiro para o tipo de ferias que se vê nas fotos. 
Mas estando a morar no Sri Lanka os voos para cá são baratos e de apenas cerca de 1h. E em termos de alojamento, agora existem alternativas aos resort de 500-1000$ por noite. As ilhas populadas estão agora autorizadas a abrir negócios de hotelaria, o que faz com que existem guest houses por uma fração do preço. E ainda assim se continua com fácil acesso e preços competitivos a todas actividades, snorkeling, surfing, diving, e as praias maravilhosas que ca existem. Com a mais valia de se ficar a conhecer melhor a vida, cultura e costumes das pessoas que de cá. Para quem quiser ver como é a vida nos resorts, alguns oferecem um day pass por um preço mais acessível e com almoço, bebidas e actividades incluídas. 





Coisas para fazer: passear nas praias de areia clara com uma água azul turquesa e transparente, fazer snorkelling em alto mar e nas praias e ver peixes de todas as cores, ir a pesca e fazer um churrasco na praia, fazer canoagem, stand up paddling, passear pelas ilhas remotas típicas, ir a um resort de sonho, fazer surf, ir a festas nos iates, ver a vida marinha fantástica (raias, tubarões, golfinhos-tudo de graça) fazer amigos, passear e relaxar.



domingo, 13 de maio de 2018

Será que me queixo de barriga cheia?

Nuca estamos bem com aquilo que temos.
Se está frio, queremos calor.
Se está calor, queremos frio.
Se chove queremos sol ou neve.
Se neva, queremos sol.

Por cá esta sol todos os dias, está calor todos os dias e temos ar condicionado em casa e tem chovido pouco.

Eu que me queixo normalmente da chuva, por cá quero que chova, para baixar um bocadinho (talvez de 38C para 35C a temperatura durante o dia)

Eu quando vou dormir gosto de ter algo a cobrir-me, normalmente cá uso um lençol. Mas a maior parte das vezes mesmo um lençol é muito e acabo por acordar sempre a transpirar, literalmente.
Então ligo o ar condicionado. Depois acordo sempre de noite cheia de frio. Já programei o ar condicionado por uma hora para arrefecer o quarto mas acabo por acordar sempre cheia de calor.

O ideal: ter o ar condicionado sempre ligado e um edredão quentinho para dormir. Resultado, devem achar que sou maluca e ia à falência por que o ar condicionado é bastante caro.

Vou continuar a transpirar, acho.

Semana internacional de Enfermagem

Esta semana que passou foi a semana internacional de Enfermagem.
A organização onde estou a fazer voluntariado foi convidada a participar no evento ara celebrar a semana da enfermagem cá no Sri Lanka. Apenas duas fomos convidadas a falar, que por coincidência somos as duas estrangeiras. Por cá gostam de estrangeiros e dizem que lhes dá credibilidade ao que fazem, por quê não sei.
No dia, a caminho da cerimonia, num tuk tuk, de computador no colo e papel na mão a tirar notas, lá fomos.
Chegamos e estavam milhares de pessoas, a maioria enfermeiras, todas vestidas a rigor. Uniforme branco, imaculadamente passado a ferro, chapéu também branco, sapatos brancos.
A primeira encenação foi da guerra, armas falsas no palco e uma encenação de montes de gente a morrer e a Florence Nightingale veio com a sua lanterna e salvou toda a gente.
Entretanto chegou o presidente do Sri Lanka.
Lá chegou a altura de 'os convidados de honra' (as únicas com tom de pele mais claro, no meu parecer) irem ao palco. Falei da organização e de oportunidades de formação para enfermeiros e também de oportunidades para aqueles que estejam interessados em se desenvolver profissionalmente e participar nessas actividades como instrutores.
Coisas que aprendi:
Mais uma vez fiquei a saber da historia da vida de Nightingale e da sua influencia bastante importante para a enfermagem.
Fiquei a saber que para sermos enfermeiros precisamos apenas de uma lanterna e vocação, o dinheiro não interessa.
E fiquei a saber que há enfermeiras que são quase tão boas como médicas.
Por cá, nas admissões para a escola de enfermagem, apenas são aceites 5% das candidaturas de homens e 95 % de mulheres.
E que está na altura de investir no futuro da enfermagem. Será que isso será sermos tão boas como medic(o)s?

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Filas

Filas. Por cá esse conceito parece não existir.
Filas de trânsito são mais zigzag e salve-se quem puder.
Filas no supermercado são mais, quem chegar a caixa primeiro ganha.
Filas na cantina e a ver quem tem comida primeiro.
Será que sou eu que estou mal habituada?

Olha uma branca

No início até tinha piada.
“Olha a branca”
“tira uma selfie connosco”
“ deixa me tirar te uma fotografia para imprimir e por num quadro lá em casa”
carros apitam ao passar por nós....
mas depois de dois meses a cá estar isso começa a perder a piada. Já imaginaram se em Portugal andássemos por aí a dizer, olha o preto, ou branco, ou moreno, e a queremos tirar fotos com eles? Hum!
Ou será que sou eu que hoje estou um bocado rabugenta?

domingo, 29 de abril de 2018

De onde sou...

Já cá estamos à quase dois meses. Sempre que me perguntam de onde sou e repondo Portugal, as pessaos dizem: Vasco da Gama.
Será que o Cristiano Ronaldoé o Vasco da Gama dos tempos modernos?

O transito parte 2

Como já tinha descrito, o transito por cá é uma confusão.
Tinhamos até dito que não ia tardar vermos um acidente.

Não só vimos um, mas estivemos num. Choque em cadeia de tuk tuks.
Ninguém se magoou, foi um susto pequenino. Ia-mos a cerca de 20km por hora.



domingo, 22 de abril de 2018

As plantações do chá

Temos sorte de poder visitar as montanhas das plantações do chá regularmente. O pai do Sam que é do Sri Lanka tem uma casa em Lindulla, chamado Oddington Bungalow.
Esta é sem duvida uma parte do mundo que deve ser visitada. Os pormenores conto depois. 

Mas a vida por cá não é fácil. As senhoras (maioritariamente) apanham folhas do chá quer chova ou faça sol, descalças. A regra é apanhar as duas folhas do topo e o botão, as mais tenras. Ao fim de apanharem 18Kg recebem cerca de 1.50euros. Imaginem este peso feito de duas folhinhas. As senhoras trazem um saco as costas, preso com uma fita a volta da testa para se segurar. 18kg presos pela cabeça, tudo por 1euros 50 cents.
 As senhoras a posar para a fotografia. Ficaram todas contentes quando lhes mostrei a foto.
As senhoras apanham chá em todo o terreno com qualquer inclinação.


Apenas as duas folhas e o botão. Kilos deles. 

Tradição Hindu

No fim de semana passado tivemos a oportunidade de assistir a uma celebração Hindu. Uma celebração ao Deus da Guerra. Ao chegarmos ao local, fomos logo muito bem recebidos pelos populares e levados para onde o inicio da celebração estava a acontecer. Eu não fui para muito perto, mas o Sam foi, tirou os sapatos e foi. Eu conseguia ver um lençol a ser segurado sobre um homem quem se encontrava deitado no chão. Ao se levantar, trazia uma agulha gigante que lhe perfurava as duas bochechas e trazia uma fatia de lima pendura numa das pontas. Na língua, trazia ao preso que se parecia com uma cabeça de cobra em metal que lhe saia da boca e ia até ao nível do nariz. Nas costas trazia muitos ganchos que lhe perdurava a pele, dezenas. Quando se levantavam, comportavam-se como se estivessem numa espécie de transe.
Vários homens jovens passarem pelo mesmo ritual. Os que traziam ganchos nas costas, tinham fios a sair dos ganchos e ia alguém atrás deles a segurar, enquanto eles puxavam. Ou então, eram pendurados no ar, pelos ganchos.
Enquanto tudo isto decorria, eu estava com um nó no estômago. Tudo me parecia muito cruel e não sabia o significado do que estava a acontecer. Seria um rito de passagem para a idade adulta?
Pediam-me que tirasse fotos. A eles e com eles.
Foram todos em procissão, adultos, mulheres e homens, crianças e bebés, todos a assistir, a cantar e a tocar tambores. Convidaram-nos a ir com eles até ao tempo e depois a almoçar com eles. Não fomos. Para ser sincera, inventei uma desculpa.
Parecia que tinha estado num episódio do National Geographic.

Depois de fazer uma pesquisa descobri que, este ritual era dedicado ao deus da guerra.

Estas são apenas duas das fotos que tirei. Das que se podem postar.

Esta criança olhava para o homem que vinha pendurado pelos ganchos nas costas.

Este senhor pediu-me para tirar uma selfie com ele.

*Todas as fotos foram tiradas com consentimento

Estava bem mas é calada

Até agora a maior parte dos meus colegas de trabalho tiveram gastroenterite pelo menos uma vez. Esta semana eu disse: "Eu tenho tido...